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Figura 1: Localização dos Países Desenvolvidos ou “do Norte” e dos Países Em Desenvolvimento ou “do Sul”.
Figura 2: Número de pessoas pobres (em milhões) por país africano em 2014.
Avaliar (medir) o desenvolvimento de cada país é muito difícil pois é um conceito que recorre a muitas variáveis ou indicadores de diversas ordens (demográficos, sociais, culturais, económicos, …), que avaliam a satisfação das necessidades de uma população, nomeadamente:
– No acesso a água potável, a alimentação equilibrada e habitação condigna;
– Na garantia de serviços de saúde e de educação para toda a população;
– Na garantia de emprego e de salários justos;
– Na igualdade de oportunidades, independentemente da etnia, do género (sexo), da classe social, ou da sua religião;
– Na liberdade de expressão e no acesso a cultura e lazer.
Quadro 1: Exemplos de indicadores simples utilixados na avaliação do crescimento económico e do desenvolvimento humano.
Económicos | Demográficos | Sociais | Políticos | Ambientais |
PIB per capita | Tx. Mortalidade Infantil | Tx. Analfabetismo | Nº de mulheres com assento parlamentar | Emissões de CO² por habitante |
PNB per capita | Saldo Migratório | Nº de médicos por 10 mil habitantes | Nº de violações dos Direitos Humanos | Tx. Desflorestação |
Tx. desemprego | Esperança Média de Vida | Tx. de Abandono Escolar | Percentagem de Trabalho Infantil | Índice de eletricifação |
Repartição da população por setores de atividade | Tx. Bruta de Natalidade | Tx. de Escolarização Feminina | Nº de mulheres com cargos de gestão | Percentagem de recolha e tratamento de resíduos |
Económicos | ||||
PIB per capita | ||||
PNB per capita | ||||
Tx. desemprego | ||||
Repartição da população por setores de atividade | ||||
Demográficos | ||||
Tx. Mortalidade Infantil | ||||
Saldo Migratório | ||||
Esperança Média de Vida | ||||
Tx. Bruta de Natalidade | ||||
Sociais | ||||
Tx. Analfabetismo | ||||
Nº de médicos por 10 mil habitantes | ||||
Tx. de Abandono Escolar | ||||
Tx. de Escolarização Feminina | ||||
Políticos | ||||
Nº de mulheres com assento parlamentar | ||||
Nº de violações dos Direitos Humanos | ||||
Percentagem de Trabalho Infantil | ||||
Nº de mulheres com cargos de gestão | ||||
Ambientais | ||||
Emissões de CO² por habitante | ||||
Tx. Desflorestação | ||||
Índice de eletricifação | ||||
Percentagem de recolha e tratamento de resíduos |
Figura 3: Contrastes demográficos no mundo em 2012/2013.
O estudo da mortalidade através das causas de morte também permite estabelecer contrastes entre os diferentes países do mundo, de acordo com o seu grau de desenvolvimento. Nos PD, muitas doenças resultam de um estilo de vida sedentário, com uma alimentação desequilibrada e consumo de drogas, álcool e tabaco (Figura 4). Nos PED, as principais causas de morte resultam das deficientes condições de saúde, de higiene e de alimentação (Figura 5).
Figura 4: Principais causas de morte nos Países Desenvolvidos em 2013.
Figura 5: Principais causas de morte nos Países Em Desenvolvimento em 2013.
Nos Países Desenvolvidos:
– Na saúde, os avanços científicos e tecnológico, aliados a uma rede hospitalar densa e de qualidade, oferecem boas condições de saúde à população;
– Na educação, a Taxa de Alfabetização situa-se próximo dos 100%, o número de Anos de Escolaridade Esperados[Conceito] Número total de anos de escolaridade que uma criança na idade de iniciar a vida escolar pode esperar receber se os padrões se mantiverem. tem aumentado, assim como a Média de Anos de Escolaridade[Conceito] Número médio de anos de educação recebidos durante a vida, por pessoas com 25 anos ou mais. ou o acesso ao Ensino Superior;
– Na cultura, a maior parte da população tem acesso a meios de comunicação e a eventos e infraestruturas culturais (museus, cinemas, bibliotecas, concertos).
Nos Países Em Desenvolvimento:
– Na saúde, a assistência médica é precária e os hospitais estão mal equipados em termos materiais (medicamentos, instrumentos médicos, camas) e humanos (médicos, enfermeiros);
– Na educação, a Taxa de Alfabetização embora tenha aumentado, apresenta ainda valores baixos sobretudo entre as mulheres;
– Na cultura, o acesso a meios de comunicação ainda não é generalizado e o número de eventos e infraestruturas culturais é escasso.
Figura 6: Contrastes socioculturais no mundo em 2012.
– Desenvolvimento dos transportes e comunicações;
– Proximidade de um país modelo – o Japão;
– Mão de obra abundante, barata e qualificada;
– Intervenção dos Estados no estabelecimento de barreiras alfandegárias e/ou investimentos na educação;
– Elevadas taxas de investimento (poupanças internas e/ou investimento estrangeiro);
– Industrias voltadas para as exportações.
– Economia em crescimento e situação política estável;
– Mão de obra em grande quantidade e em processo de qualificação;
– Níveis de produção e exportações em crescimento;
– Grandes reservas de recursos minerais;
– Diminuição (embora que lenta) das desigualdades sociais.
Figura 7: A heterogeneidade dos Países Em Desenvolvimento.
G7: Grupo que reúne os sete países mais industrializados, mais ricos e mais desenvolvidos economicamente do mundo (EUA, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França, Itália e Japão). Em 1997 a Rússia passou a integrar este grupo (que se passou a designar G8) mas voltou a ser excluída em 2014, devido aos conflitos que mantém com a Ucrânia.
Bem-estar[Conceito] Situação na qual o ser humano vê asseguradas as suas necessidades físicas, intelectuais e espirituais.: através do aumento das liberdades das pessoas para que estas possam prosperar;
Capacitação: através da instrução das pessoas para que estas ajam e produzam resultados para o país/região;
Justiça: através da expansão da equidade, sustentação dos resultados ao longo do tempo e pelo respeito dos direitos humanos
Figura 8: Componentes do Índice de Desenvolvimento Humano e suas classificações.
O IDH apresenta ainda limitações porque:
– Resulta do cálculo de apenas quatro indicadores simples;
– Não contempla aspetos importantes como a democracia, a segurança, os Direitos Humanos, ou a preservação ambiental;
– Não expressa as diferenças sociais como, por exemplo, as de género;
– Os indicadores sobre a educação não analisam a qualidade das aprendizagens;
– Os dados estatísticos utilizados no seu cálculo nem sempre estão atualizados ou são viáveis.
IDG: este indicador traduz a desigualdade entre mulheres e homens e tem três dimensões: a saúde reprodutiva, a aquisição de capacidades (capacitação) e o emprego (participação no mercado de trabalho), através da análise de cindo indicadores simples. Varia ente 0 (nenhuma desigualdade nas dimensões analisadas) e 1 (desigualdade total). Assim quanto maiores forem as desigualdades maior será o valor do índice e, por essa razão, menor será o desenvolvimento do país/região) (Figura 9).
Figura 9: Componentes do Índice de Desigualdade de Género.
O IDG apresenta ainda limitações porque:
– As estatísticas podem não corresponder ao retrato real do país, por defeitos na obtenção e no tratamento de dados ou por provirem de fontes não credíveis;
– Os dados referentes a médias nacionais, podem ignorar os extremos e as desigualdades entre regiões de um país.
IPM: é um indicador que reflete a situação de pobreza vivida pela população de um determinado país/região, nas suas diversas dimensões: a saúde, a educação e o nível de vida, através da análise de dez indicadores simples. Varia, igualmente, entre 0 e 1. Quanto maior for o IPM, maior é a percentagem de população em situação de pobreza. Este indicador não é calculado para os países mais desenvolvidos por falta de relevância (Figura 10).
Figura 10: Componentes do Índice de Pobreza Multidimensional.
O IPM apresenta também limitações porque:
– Os dados são referentes às privações acumuladas nos Países Em Desenvolvimento, pelo que podem ocultar níveis de pobreza em determinadas regiões dos países desenvolvidos;
– As estatísticas podem não corresponder ao retrato real do país, por defeitos na obtenção e no tratamento de dados ou por provirem de fontes não credíveis;
– Os dados referentes a médias nacionais, podem ignorar os extremos e as desigualdades entre regiões de um país.
No que respeita aos grupos etários, as crianças, são o grupo mais vulnerável a situações de pobreza. No que respeita às condições de vida, as famílias monoparentais são as que apresentam as taxas de privação severa mais elevadas. Ainda assim, em 2017, e perante estas dificuldades, Portugal subiu uma posição no ranking de desenvolvimento, alcançando, a par da Letónia, a 41ª posição, o que corresponde à subida de uma posição face ao ano anterior (Figura 11).
Figura 11: Indicadores de desenvolvimento humano em Portugal em 2017.
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Referências
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Afonso, M., & Fernandes, A. (2005). Introdução à Cooperação para o Desenvolvimento. Instituto Marquês de Valle Flôr.
Jahan, S. (2018). Human Development Indices and Indicators: 2018 Statistical Update [e-book] Retrieved from: http://hdr.undp.org/sites/default/files/2018_human_development_statistical_update.pdf [Accessed 10 Jul. 2019]. United Nations Development Programme.
Jahan, S., & Jespersen, E. (2016). Human Development Report 2016: Human Development for Everyone. [e-book] Retrieved from: http://hdr.undp.org/sites/default/files/2016_human_development_report.pdf [Accessed 8 Sep. 2018]. United Nations Development Programme.
Stanton, E. (2007). The Human Development Index: A History [ebook] Retrieved from: https://scholarworks.umass.edu/cgi/viewcontent.cgi?article=1101&context=peri_workingpapers [Accessed 3 Sep. 2019]. Global Development and Environment Institute.
United Nations Development Programme. (2019a). About Human Development | Human Development Reports. [online] Available at: http://hdr.undp.org/en/humandev/ [Accessed 20 Jul. 2019].
United Nations Development Programme. (2019b). Human Development Reports. [online] Available at: http://hdr.undp.org/en [Accessed 8 Sep. 2019].
Wolff, H., Chong, H., & Auffhammer, M. (2010). Classification, Detection and Consequences of Data Error: Evidence from the Human Development Index. National Bureau of Economic Research.