Evolução da população

Evolução da população
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Indicadores demográficos e evolução da estrutura etária

Perceber a evolução demográfica do passado é fundamental para entender como esta evoluirá no futuro e, tanto quanto possível, adotar medidas em prol do bem estar da sociedade.  Estima-se que a população mundial deverá atingir os 9,7 mil milhões de habitantes em 2050 e deverá ainda ter uma longevidade maior, no entanto, os contrastes a nível demográfico entre os países ou continentes mater-se-ão, bem como a pressão sobre os recursos naturais. Deste modo, quer seja para satisfazer as necessidades básicas da população em crescimento, quer seja para sustentar o estilo de vida das populações, é necessário estudar as populações para melhor orientar investimentos públicos, para definir políticas de ordenamento de território ou encontrar soluções mais sustentáveis para o consumo humano. A ciência que se ocupa deste estudo é a Demografia[Conceito] A Demografia é a ciência que estuda, através de dados estatísticos, a população humana, mais especificamente a sua evolução no tempo, distribuição no espaço, quantidade, composição por géneros e características socioeconómicas..

 
 

As principais fontes de informação dos estudos demográficos são os censos[Demografia] Operação administrativa que consiste em determinar o número dos habitantes de um país, de uma cidade, com discriminação de sexo, nacionalidade, profissão, e à recolha de informação relativa às condições gerais de vida., também designados de recenseamentos (recenseamento geral da população), que se baseiam num vasto número de indicadores demográficos. Estes são realizados, regra geral, de 10 em 10 anos. Em Portugal, o responsável pela realização dos inquéritos e posterior recolha da informação  sobre a população é o Instituto Nacional de Estatística (INE). A demografia utiliza ainda outras fontes de informação como o registo civil ou o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.

 
 
 

A informação recolhida permite avaliar as desigualdades a nível demográfico e socioeconómico de um país e canalizar investimentos para os setores mais carenciados. Assim, são fundamentais para:

– A definição de objetivos e prioridades para as políticas globais de desenvolvimento;

por exemplo: Como definir a idade da reforma?

– Planeamento regional e local;

por exemplo: Qual a localização ideal para a construção de um hospital no município?

– Estudos de mercado e sondagens de opinião;

por exemplo: Qual o número de pessoas a inquirir para obter uma boa amostra para um determinado estudo?

– Investimento em ciências socias.

por exemplo: Como têm evoluído as condições de vida da população?

Principais indicadores demográficos em análise:

As características demográficas da população foram variando ao longo dos tempos e apresentam hoje grandes discrepâncias entre os diferentes espaços geográficos. Assim, o recurso a indicadores demográficos é fundamental para a compreensão das dinâmicas demográficas da população. Do vasto número de indicadores estatísticos analisados no estudo de uma população destacam-se alguns muito importantes:

Quando se comparam dados demográficos de diferentes territórios (países, regiões, municípios, etc.) com diferentes valores de população absoluta, devemos utilizar indicadores relativos (taxas e índices) e não indicadores absolutos.

Natalidade (N): A variação da população está muito dependente da natalidade[Conceito] Número total de nascimentos vivos ocorridos num determinado período, numa dada população.. Esta assume-se como determinante para o crescimento populacional, uma vez que é responsável pelo total de nados-vivos ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. Se o seu valor for superior ao da mortalidade, a população absoluta aumenta, caso se verifique o contrário, a população diminui.

A natalidade mundial registou, desde 1950 até a atualidade, um decréscimo significativo. Apesar de uma maior redução da natalidade nos Países Em Desenvolvimento (PED), atualmente a natalidade é cerca de três vezes superior nestes países do que nos Países Desenvolvidos (PD).

Taxa bruta de natalidade (TBN): A distribuição da Taxa bruta de natalidade[Conceito] Número de nados-vivos por cada mil habitantes, ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. a nível mundial revela grandes disparidades, registando os valores mais reduzidos, inferiores a 10‰, nos países da Europa Central e de Leste (ex. Polónia e Ucrânia) ou na Península Ibérica.

Os valores mais elevados, iguais ou superiores a 30‰, registam-se na maioria dos países da África Subsariana (ex. Angola e Níger) (Figura 1).

Figura 1: Distribuição mundial da Taxa bruta de natalidade, em 2022.

Como se calcula a Taxa bruta de natalidade?
Para calcular a Taxa bruta de natalidade deves:
– Saber a fórmula de cálculo;
– Conhecer para um determinando ano, país/região:
a) o valor da natalidade;
b) o valor da população total.
– Aplicar a fórmula;
– Dar uma resposta, onde deve ser explicado o resultado obtido, respeitando o enunciado.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Como tem evoluído a TBN a nível mundial?

Evolução da Taxa bruta de natalidade desde 1950 até à atualidade e projeções futuras.

  • Apesar do aumento da população mundial, a Taxa bruta de natalidade mundial registou um decréscimo significativo, tendência que se prevê que se mantenha.
Fatores que contribuem para a elevada TBN nos PED
  • Fraca valorização social, cultural e profissional da mulher (que impede a sua escolarização e entrada no mercado de trabalho e/ou defende o casamento das meninas e o nascimento do primeiro filho em idades precoces);
  • O elevado número de filhos é um fator de prestígio social;
  • Baixo nível de escolaridade da população em geral (que dificulta a divulgação e a aceitação dos métodos contracetivos (como o preservativo e a pílula) e do planeamento familiar e/ou a obtenção de empregos com melhores remunerações);
  • Os baixos rendimentos das famílias tornam o trabalho infantil importante (os filhos são considerados uma fonte de rendimento);
  • Existência de poligamia (situação em que um indivíduo tem mais do que um cônjuge ao mesmo tempo).
Fatores que contribuem para a baixa TBN nos PD e em alguns PED
  • Desejo de uma maior qualidade de vida contribui para o adiamento da decisão de constituir família com filhos;
  • Elevado nível de escolaridade da população em geral (que facilita a divulgação e a aceitação dos métodos contracetivos e do planeamento familiar e/ou contribui para a entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho bem como a obtenção de empregos com melhores remunerações);
  • Valorização social, cultural e profissional da mulher (que contribui para o adiamento do casamento e do nascimento do primeiro filho devido, em parte, ao prolongamento dos estudos e a maior aposta na carreira profissional);
  • Maiores encargos e responsabilidades inerentes ao bem-estar e futuro dos filhos (os filhos são vistos como fonte de despesa);
  • Precariedade e instabilidade no emprego;
  • Diminuição do número de casamentos e aumento do número de divórcios
  • Dificuldades na aquisição de habitação.

Índice sintético de fecundidade (ISF): Relacionado com a natalidade está o Índice sintético de fecundidade[Conceito] Número de filhos que, em média, cada mulher tem durante a sua vida fecunda (15 a 49 anos), ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. que tem registado, também, uma evolução negativa, acompanhando a natalidade. A distribuição geográfica decalca a da Taxa bruta de natalidade, sendo, por isso, explicado pelas mesmas razões. Regra geral, as regiões mais desenvolvidas apresentam valores baixos, enquanto as menos desenvolvidas têm valores elevados, o que gera dificuldades no acesso a recursos alimentares, à educação e à saúde (Figura 2).

Desigualdades no Índice Sintético de Fecundidade, em 2019
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Figura 2: Desigualdades no Índice sintético de fecundidade, em 2019.

Índice de renovação de gerações (IRG): Para garantir a renovação de gerações, é necessário que o Índice sintético de fecundidade seja igual ou superior a 2,1. Assim, Índice de renovação de gerações[Conceito] Corresponde ao valor do índice sintético de fecundidade necessário para que as gerações mais idosas possam ser substituídas por outras mais jovens.O valor de referência é de 2,1 filhos por mulher. permite-nos verificar se os pais podem ou não ser numericamente substituídos se, em média, cada mulher tenha pelo menos 2,1 filhos.

Mortalidade (M): A mortalidade[Conceito] Número de óbitos (falecidos) ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. tem vindo, à semelhança da natalidade, a diminuir na maior parte das regiões do mundo. Este decréscimo deve-se aos sucessivos progressos na medicina e à melhoria generalizada das condições de vida das populações.

Taxa bruta de mortalidade (TBM): A distribuição da Taxa bruta de mortalidade[Conceito] Número de óbitos por mil habitantes, ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. a nível mundial revela também grandes disparidades. Os valores mais reduzidos, inferiores a 7‰, encontram-se nos países de África do Norte (ex. Argélia e Egipto) e África Subsariana (ex. Uganda e Ruanda), alguns países asiáticos do Médio Oriente (ex. Arábia Saudita e Irão) ou na América Latina (ex. Equador e Nicarágua).

Os valores mais elevados, iguais ou superiores a 11‰, registam-se em alguns países da Europa Central e Oriental (ex. Alemanha e Ucrânia), em alguns países do centro africano (ex. Chade e Nigéria) e na Rússia (Figura 3).

Figura 3: Distribuição mundial da Taxa bruta de mortalidade, em 2022.

Como se calcula a Taxa bruta de mortalidade?
Para calcular a Taxa bruta de mortalidade deves:
– Saber a fórmula de cálculo;
– Conhecer para um determinando ano, país/região:
a) o valor da mortalidade;
b) o valor da população total.
– Aplicar a fórmula;
– Dar uma resposta, onde deve ser explicado o resultado obtido, respeitando o enunciado.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Como tem evoluído a TBM a nível mundial?

Evolução da Taxa bruta de mortalidade desde 1950 até à atualidade e projeções futuras.

  • A nível mundial os valores da mortalidade têm vindo a diminuir ao longo das últimas décadas, no entanto prevê-se que esta possa aumentar devido ao envelhecimento da população mundial.
Fatores que contribuem para a elevada TBM nos PED e em alguns PD
  • Difícil acesso a cuidados de saúde e a medicamentos;
  • Más condições de higiene e de saúde pública, o que favorece o aparecimento e proliferação de doenças;
  • Forte prevalência de HIV/SIDA e de outras doenças infectocontagiosas;
  • Práticas culturais que colocam em risco a saúde;
  • Dieta alimentar pobre e insuficiente com difícil ou restrito acesso a água potável;
  • Condições insuficientes de habitabilidade;
  • Más condições de trabalho;
  • Ocorrência frequente de guerras e de catástrofes naturais.

 

  • Envelhecimento da população, em virtude da reduzida natalidade e fecundidade e do aumento da esperança média de vida;
  • Obesidade e sedentarismo.
Fatores que contribuem para a baixa TBM nos PD e em alguns PED
  • Medicina de diagnóstico, tratamento e reabilitação avançada, acessível à generalidade da população;
  • Boas condições de higiene e de saúde pública;
  • Dieta alimentar diversificada e acessível à larga maioria da população;
  • Boas condições laborais e com acesso à medicina do trabalho;
  • Serviços de proteção social e civil avançados.
  • Cooperação internacional, assente na ajuda internacional dos países desenvolvidos e de organizações não governamentais (ONG), que teve repercussões positivas, entre outros aspetos, na saúde, na alimentação, na educação ou na habitação ou higiene.

Taxa de mortalidade infantil (TMI): A Taxa de mortalidade infantil[Conceito] Número de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade por 1000 nados-vivos nascidos num determinado território, num certo intervalo de tempo. é um bom indicador do grau de desenvolvimento dos países, na medida em que reflete as condições de vida da população ao nível, por exemplo, das características socioeconómicas; dos progressos médico-sanitários; de certas práticas relacionadas com o acompanhamento das crianças nos primeiros meses de vida. Apesar das desigualdades, a TMI tem registado um decréscimo, iniciado nos PD, mas que, na atualidade, se verifica em todos os países. Os valores mais reduzidos, inferiores a 10‰, registaram-se nos países da Europa Nórdica (ex. Noruega e Suécia) e Central (ex. Alemanha e França) ou na Península Ibérica.

Os valores mais elevados, iguais ou superiores a 40‰, concentram-se em diversos países da África Subsariana (ex. Níger e Nigéria), no Médio Oriente (ex. Iémen) e no Sul da Ásia (ex. Paquistão) (Figura 4).

Figura 4: Distribuição mundial da Taxa de mortalidade infantil, em 2022.

Como se calcula a Taxa de mortalidade infantil?
Para calcular a Taxa de mortalidade infantil deves:
– Saber a fórmula de cálculo;
– Conhecer para um determinando ano, país/região:
a) o valor de mortes de crianças com menos de 1 ano de idade;
b) o valor total de nascimentos com vida.
– Aplicar a fórmula;
– Dar uma resposta, onde deve ser explicado o resultado obtido, respeitando o enunciado.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Como tem evoluído a TMI a nível mundial?

Evolução da Taxa de mortalidade infantil desde 1950 até à atualidade e projeções futuras.

  • A nível mundial, a mortalidade infantil diminuiu acentuadamente, em resultado das melhorias verificadas nos cuidados de saúde materno-infantil. No entanto, esta é ainda consideravelmente elevada e superior nos PED, quando comparada à mortalidade infantil registada nos PD.
Fatores que contribuem para a elevada TMI nos PED
  • Condições sanitárias e infra-estruturas deficientes para a realização de partos;
  • Deficiente ou falta de acompanhamento médico durante e após a gravidez;
  • Má qualidade de vida das famílias;
  • Carências alimentares, de medicamentos e de vacinas;
  • Ocorrência de conflitos armados;
  • Prevalência de fome e subnutrição;
  • Forte incidência de doenças tropicais como a malária ou a febre-amarela.
Fatores que contribuem para a baixa TMI nos PD
  • Acompanhamento médico durante e após a gravidez;
  • Cuidados médicos avançados prestados às grávidas e aos bebés prematuros;
  • Acesso a uma boa dieta alimentar, a medicamentos e a vacinas;
  • Boa qualidade de vida da generalidade das famílias;
  • Segurança pública.

Índice de envelhecimento (IE): O decréscimo dos valores de natalidade tem sido acompanhado por um aumento nos valores da Esperança média de vida à nascença, o que contribui para o aumento dos valores do Índice de envelhecimento[Conceito] Relação entre número de idosos (indivíduos com 65 ou mais anos) e os jovens (indivíduos com menos de 15 anos). Exprime-se habitualmente pelo número de idosos por cada 100 jovens.. Para esta evolução muito tem contribuído a melhoria das condições médico-sanitárias, laborais e na dieta alimentar.

Como se calcula o Índice de envelhecimento?
Para calcular o Índice de envelhecimento deves:
– Saber a fórmula de cálculo;
– Conhecer para um determinando ano, país/região:
a) o valor de idosos com 65 ou mais anos de idade;
b) o valor de jovens com menos de 15 anos.
– Aplicar a fórmula;
– Dar uma resposta, onde deve ser explicado o resultado obtido, respeitando o enunciado.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Esperança média de vida (EMV): A Esperança média de vida[Conceito] Número médio de anos que uma pessoa, à nascença, pode esperar viver. à nascença é um importante indicador que coloca em evidência as diferenças de longevidade das populações. A diminuição da mortalidade em geral e da mortalidade infantil têm contribuído para o aumento da EMV, refletindo, dessa forma o crescente desenvolvimento dos países. Os valores mais reduzidos, inferiores a 60 anos de idade, encontram-se na África Subsariana (ex. República Centro Africana e Sudão do Sul).

Os valores mais elevados, iguais ou superiores a 80 anos, registam-se em alguns países da Europa do Nórdica (ex. Noruega e Islândia), Europa Central e Ocidental (ex. Reino Unido e Bélgica), em alguns países da Oceânia (ex. Austrália e Nova Zelândia) e da Ásia (ex. Japão e Coreia do Sul), no Canadá e na Península Ibérica (Figura 5).

Figura 5: Distribuição mundial da Esperança média de vida à nascença, em 2022.

Como tem evoluído a Esperança média de vida a nível mundial?

Evolução da Esperança média de vida à nascença desde 1950 até à atualidade e projeções futuras.

  • A nível mundial, a Esperança média de vida à nascença tem verificado uma evolução positiva, no entanto, este indicador também revela grandes discrepâncias regionais assinaláveis.
Fatores que contribuem para a elevada EMV
  • Melhoria da capacidade hospitalar de diagnóstico, tratamento e reabilitação;
  • Avanços na medicamentação;
  • Diversificação da dieta alimentar;
  • Melhorias na rede de saneamento básico;
  • Melhoria dos cuidados de higiene e de saúde pública;
  • Reforço na medicina no trabalho e das regras de segurança laboral;
  • Maior frequência da prática de exercício físico ao longo da vida.
Fatores que contribuem para a baixa EMV
  • Carências alimentares e dificuldade no acesso a água potável;
  • Ocorrência de conflitos armados;
  • Condições médico-sanitárias precárias;
  • Dificuldade no combate de HIV/SIDA e de outras doenças infecto-contagiosas, como a malária e o paludismo;
  • Pouca qualidade de vida e más condições laborais.
Crescimento natural (CN) ou Saldo fisiológico (SF): Corresponde à diferença entre a natalidade e a mortalidade, ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. Este pode ser positivo, negativo ou nulo, consoante a natalidade seja superior, inferior ou igual à mortalidade, respetivamente.

Taxa de crescimento natural (TCN): A Taxa de crescimento natural[Conceito] Corresponde à diferença entre a taxa bruta de natalidade e a taxa bruta de mortalidade, ocorridos num determinado território, num certo intervalo de tempo. Exprime-se em permilagem. reflete o comportamento das Taxas Brutas de natalidade e de mortalidade nos PD e nos PED. Utiliza-se para comparar o crescimento populacional, conforme o tempo e o espaço que se considere. Podem obter-se três cenários de crescimento distintos:

  • Taxa de crescimento natural positiva (>0): o valor da natalidade é superior ao da mortalidade, por isso a população aumenta. O maior desafio neste contexto é satisfazer as necessidades da população jovem ao nível de educação, saúde, emprego ou condições de vida;
  • Taxa de crescimento natural nula (=0): o valor da natalidade é igual ao da mortalidade, por isso a população mantém-se. O maior desafio neste contexto é satisfazer as necessidades da população adulta ao nível de formação, saúde, emprego ou padrão de vida;
  • Taxa de crescimento natural negativa (<0): o valor da natalidade é inferior ao da mortalidade, por isso a população diminui. O maior desafio neste contexto é satisfazer as necessidades da população idosa ao nível de saúde e padrão de vida ou a promoção da natalidade para travar a diminuição e envelhecimento da população.

Os valores mais reduzidos, inferiores a 0‰, encontram-se na Europa Central (ex. Alemanha e Polónia), na Europa de Leste (ex. Bulgária e Roménia), Na Europa Mediterrânica (ex. Portugal e Itália) ou na Rússia.

Os valores mais elevados, iguais ou superiores a 16‰, registam-se na maioria dos países da África Subsariana (ex. Mali e Chade) ou alguns países da Ásia Central (Usbequistão e Tajiquistão) (Figura 6).

Figura 6: Distribuição mundial da Taxa de crescimento natural, em 2022.

Como se calcula a Taxa de crescimento natural?
Para calcular a Taxa de crescimento natural deves:
– Saber a(s) fórmula(s) de cálculo;
– Conhecer para um determinando ano, país/região:
a) o valor da natalidade (ou da taxa bruta de natalidade);
b) o valor da mortalidade (ou da taxa bruta de mortalidade);
b) o valor da população total.
– Aplicar a fórmula;
– Dar uma resposta, onde deve ser explicado o resultado obtido, respeitando o enunciado.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Por vezes já calculamos os valores da Taxa bruta de natalidade e da Taxa bruta de mortalidade anteriormente, ou, por outro lado, os valores da natalidade, da mortalidade ou da população absoluta podem não estar disponíveis. Assim, podemos utilizar a uma outra fórmula mais simples.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Como tem evoluído a TCN a nível mundial?

Evolução da Taxa de crescimento natural desde 1950 até à atualidade e projeções futuras.

  • A nível mundial, a Taxa de crescimento natural apresenta uma evolução decrescente, ao longo do tempo.

Saldo migratório (SM): Corresponde à diferença entre a Imigração (I) e a Emigração (E), num dado período de tempo, e num determinado local.

Taxa de crescimento efetivo ou Taxa de crescimento real (TCE): Para se compreender o real crescimento de uma população é necessário conjugar o  Crescimento natural (diferença entre a natalidade e a mortalidade) com o Saldo migratório (diferença entre imigração e emigração), através do cálculo da Crescimento efetivo ou real[Conceito] Somatório do Crescimento natural e do Saldo migratório, cujo resultado indica quantos indivíduos há a mais ou a menos, num determinado período, numa dada região.. Deste modo é possível verificar como evoluiu uma determinada população. Para se comparar diferentes valores populacionais contabiliza-se a Taxa de crescimento efetivo.

Como se calcula a Taxa de crescimento efetivo?
Para calcular a Taxa de crescimento efetivo deves:
– Saber a(s) fórmula(s) de cálculo;
– Conhecer para um determinando ano, país/região:
a) o valor da natalidade e da mortalidade (ou o crescimento natural);
b) o valor da imigração e da emigração (ou o saldo migratório);
b) o valor da população total.
– Aplicar a fórmula;
– Dar uma resposta, onde deve ser explicado o resultado obtido, respeitando o enunciado.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
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Por vezes já calculamos os valores do Crescimento natural ou do Saldo migratório anteriormente, ou, por outro lado, os valores da natalidade, da mortalidade ou da imigração e da emigração podem não estar disponíveis. Assim, podemos utilizar a uma outra fórmula mais simples.


Observa o exemplo seguinte:


Fonte dos dados: Instituto Nacional de Estatística (2023). Estimativas anuais da população residente.
PortugalPopulaçãoNascimentosMortesÓbitos < 1 anoPopulação < 15 anosPopulação ≥ 65 anosImigrantesEmigrantesTaxa natalidadeTaxa mortalidadeCrescimento naturalSaldo migratórioMulheres (15-49 anos)Nascimentos (mães 15-49 anos)
2022104673668367112431121713510112507922117843309548.011.9-4064086889219484083620


Evolução da população mundial:

A evolução dos indicadores demográficos, anteriormente descritos, permite explicar a evolução da população mundial, que ocorreu a ritmos distintos ao longo dos tempos. Durante muitos séculos, a população mundial aumentou muito lentamente em todo o mundo. A partir de meados do século XVIII, registou-se um crescimento significativo na Europa e noutras regiões desenvolvidas. Depois do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a população aumentou exponencialmente, ou seja, de forma muito acentuada em todo o mundo, exceto nos países mais desenvolvidos (Figura 7).

Figura 7: Evolução da população mundial ao longo dos séculos até à atualidade e projeções futuras.

A nível espacial, registam-se diferenças significativas entre os países, de acordo com o seu grau de desenvolvimento. Espera-se que a população mundial atinja os 8,5 mil milhões de habitantes até 2030, sendo esse crescimento maior em África (Figura 8).

Previsão da evolução da população por regiões 2022-2050

202220302050
Portugal10270865100621839261305
Europa743555765736574215703007486
Oceânia450385533369808438141921
África Subsariana116676635914173455492111548457
América do Norte376870696393296506421397985
América Latina e Caraíbas660269074697584818749168715
Ásia Central e Meridional208458954522586874772580041761
Extremo Oriente e Sudeste Asiático234432511423726583572312468346
Norte de África e Médio Oriente553690052620782396774024547
Mundo797510515685461413279709491761

Figura 8: Previsão da evolução da população por regiões.

Evolução da população em países com diferentes graus de desenvolvimento:

A evolução da população pode ser explicada Modelo de Transição Demográfica. Este modelo baseia-se no pressuposto de que o crescimento populacional de um país passa por vários estádios, à medida que este se desenvolve economicamente.

Uma vez que o comportamento da natalidade e da mortalidade não é uniforme em todo o mundo, a contribuição de cada país para o crescimento populacional é diferente, sendo evidente a diferença principalmente entre os PD e os PED.

Com base neste modelo, os demógrafos procuram explicar o crescimento populacional, motivado pela transição de uma sociedade predominantemente agrícola para uma sociedade predominantemente industrial, para que possam ser encontradas soluções para os seus principais problemas (Figura 9).

Modelo de Transição Demográfica
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Figura 9: Modelo de Transição Demográfica.

Neste modelo identificam-se cinco estádios (momentos) de evolução da população:

Regime demográfico primitivo (Fase 1): Carateriza-se por um crescimento natural muito lento da população mundial, porque, apesar de nascerem muitas crianças, o número de pessoas que morre também era muito elevado. Atualmente não há nenhum país neste contexto, apenas alguns grupos remotos se encontram neste estádio.

A Taxa bruta de natalidade era muito elevada devido à ausência de planeamento familiar[Conceito] Corresponde ao meio de proporcionar informação às pessoas que lhes permita decidir o número de filhos que querem ter e quando os querem ter. Isto implica o acesso a informação sobre métodos de contraceção e serviços de saúde apropriados que permitam a vivência da sexualidade de uma forma saudável, feliz e segura, bem como o planeamento de uma gravidez e parto nas condições mais adequadas. e de contracetivos, ao casamento precoce, à necessidade de mão-de-obra e ainda ao encorajamento social e religioso.

A Taxa bruta de mortalidade, que também era muito elevada, devia-se essencialmente à grande vulnerabilidade das pessoas face às catástrofes naturais, à fome provocada pelas más colheitas agrícolas, às precárias condições de vida, às doenças que eram agravadas pelos fracos conhecimentos médicos da época e ainda devido às guerras.

Revolução demográfica (Fase 2): Teve início com a Revolução Industrial[História] Conjunto de transformações profundas ocorridas na indústria inglesa, iniciadas no século XVIII, e que, progressivamente, se espalharam por outros países da Europa, da América do Norte e da Ásia., caracterizada por uma melhoria das condições de vida, de alimentação e de saúde, que contribuíram para a redução gradual da mortalidade. A Somália, o Chade ou o Mali são exemplos de países neste contexto. Nesta fase a Taxa bruta de natalidade manteve-se muito elevada devido às mesmas razões da primeira fase.

À medida que os cuidados de saúde foram melhorando, nomeadamente pela invenção das primeiras vacinas, pela distribuição de água potável ou pela construção de saneamento, a mortalidade, especialmente a infantil, diminuiu, pelo que a população mundial começou a aumentar rapidamente.

Explosão demográfica (Fase 3): Esta fase inicia-se após o final da Segunda Guerra Mundial. Verifica-se um acentuado Crescimento natural sobretudo devido ao apoio prestado pelos PD aos PED, contribuindo desta forma para a melhoria das condições médicas, sanitárias e de alimentação, levando a que, no geral, a mortalidade diminuísse imenso. Contudo, apesar da natalidade também diminuir, num primeiro momento manteve-se muito elevada o que contribuiu para um aumento populacional muito significativo. Índia, Argélia ou Paquistão encontram-se neste estádio.

Nesta fase verifica-se um decréscimo acentuado da Taxa bruta de natalidade devido ao planeamento familiar, métodos contraceptivos, ou a valorização social e profissional da mulher. A Taxa bruta de mortalidade continua baixa.

Regime demográfico moderno (Fase 4): A Taxa bruta de natalidade é reduzida e a Taxa bruta de mortalidade também, tendo como consequência uma taxa de crescimento natural reduzida ou nula. Contribuíram para a baixa natalidade a generalização do planeamento familiar, os casamentos tardios ou a entrada da mulher no mercado de trabalho. Para a redução da mortalidade contribuíram, por exemplo, os bons cuidados médicos ou o abastecimento fiável de alimentos. A Dinamarca, a França ou Alemanha encontram-se neste contexto.

Regime demográfico pós-moderno (Fase 5): Alguns demógrafos da atualidade propõem esta quinta fase apesar de existirem dúvidas muito significativas daquilo que poderá acontecer. Apesar de ainda ser cedo para retirar conclusões, pensa-se que esta fase se irá caraterizar por uma Taxa bruta de natalidade inferior à Taxa bruta de mortalidade, verificando-se um crescimento natural negativo e uma redução da população total. Portugal, Japão ou Itália são exemplos de países onde este cenário é já evidente.

Em função da desigual evolução demográfica, tendo em conta o desenvolvimento dos países, verificam-se várias consequências imediatas (Quadro 1).

Quadro 1: Consequências da desigual evolução demográfica.

Países DesenvolvidosPaíses Em Desenvolvimento
Elevada percentagem de população envelhecidaElevada percentagem de população jovem
Taxa bruta de natalidade baixaTaxa bruta de natalidade elevada
Elevados encargos com segurança social e saúdeSituações de pobreza extrema
Diminuição da população ativaElevadas taxas de desemprego
Países Em Desenvolvimento
Elevada percentagem de população jovem
Taxa bruta de natalidade elevada
Situações de pobreza extrema
Elevadas taxas de desemprego

Estrutura etária da população:

 
 
 

A estrutura etária[Conceito] Composição de uma população por idades, classes de idades e por sexos. permite conhecer e caracterizar a população de um país ou região e, de forma indireta, as suas características sociais e económicas. Esta reflete o comportamento de diferentes variáveis e indicadores demográficos, como a natalidade, a mortalidade, a esperança média de vida à nascença ou a emigração.

Assim, poderá saber-se se a população absoluta apresenta uma tendência para aumentar ou diminuir, se é jovem ou envelhecida, se é necessário incentivar ou controlar a natalidade ou ainda qual as necessidades de equipamentos de educação, de saúde, de emprego, de apoio à terceira idade, de habitação, entre outros.

A estrutura etária é, normalmente, representada por uma pirâmide etária[Conceito] Gráfico de barras horizontais que representa a estrutura etária de uma população por sexos. e através da sua análise é possível verificar diferentes características da população. Distinguem-se, em função da sua forma, quatro tipos de pirâmides etárias: a pirâmide jovem (Figura 10 a), a pirâmide adulta (Figura 10 b), a pirâmide idosa (Figura 10 c) e a pirâmide rejuvenescente (Figura 10 d).

Estrutura etária do Níger 2022

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-42613999253074710.09.7
5-9212592420582968.17.9
10-14176522217072546.76.5
15-19144321713954085.55.3
20-24115658111152624.44.3
25-299122468775713.53.3
30-347204496899082.72.6
35-395987965714312.32.2
40-444996634738711.91.8
45-493946193774401.51.4
50-543185663113531.21.2
55-592597962585271.01.0
60-641985642032720.80.8
65-691403501491080.50.6
70-7480029985820.30.4
75-7943741627460.20.2
80-8417139260320.10.1
85 +447777820.00.0
Total:132933781291459050.749.3
População total:26207968

Figura 10 a): Pirâmide etária do Níger (estrutura jovem ou crescente), em 2022.


Este tipo de pirâmide, típica dos Países Em Desenvolvimento menos avançados, revela:

  • Taxas bruta de natalidade e de fecundidade elevadas (base larga);
  • Predomínio de população jovem;
  • Taxa bruta de mortalidade elevada (topo estreito);
  • Esperança média de vida à nascença reduzida;
  • Proporção de população idosa reduzida;
  • Taxa de crescimento natural elevada (crescimento demográfico positivo).

Estrutura etária das Filipinas 2022

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-4621358957948345.45.0
5-9600902755977265.24.8
10-14592479855161845.14.8
15-19562506852676904.94.6
20-24532303750402104.64.4
25-29493907147872194.34.1
30-34448015643324103.93.7
35-39394057737655543.43.3
40-44359703834276203.13.0
45-49313109830110952.72.6
50-54274138826745882.42.3
55-59223848522739561.92.0
60-64174851518754021.51.6
65-69127717914516591.11.3
70-747970839809830.70.8
75-794116415760450.40.5
80-841988563252780.20.3
85 +826681812720.10.2
Total:586792745687972550.849.2
População total:115558999

Figura 10 b): Pirâmide etária das Filipinas (estrutura adulta ou estacionária), em 2022.


Este tipo de pirâmide, típica de muitos Países Em Desenvolvimento, revela:

  • Diminuição das Taxas bruta de natalidade e de fecundidade (base tende a diminuir);
  • Predomínio de população adulta;
  • Redução da Taxa bruta de mortalidade (topo tende a aumentar);
  • Aumento da Esperança média de vida à nascença;
  • Proporção de população adulta é maior;
  • Taxa de crescimento natural reduzido (crescimento demográfico próximo de nulo).

Estrutura etária da Itália 2022

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-4108253610239521.81.7
5-9126312211943812.12.0
10-14142771713467962.42.3
15-19146832313806272.52.3
20-24153482714032452.62.4
25-29156525214557302.72.5
30-34165048715929362.82.7
35-39170838716876932.92.9
40-44191037719086503.23.2
45-49226234322874183.83.9
50-54236735724278524.04.1
55-59233783524335214.04.1
60-64198447121310083.43.6
65-69169949018748042.93.2
70-74156104717821252.63.0
75-79121859314879782.12.5
80-8495860513221431.62.2
85 +78810215077341.32.6
Total:287888713024859348.851.2
População total:59037464

Figura 10 c): Pirâmide etária da Itália (estrutura idosa ou envelhecida), em 2022.


Este tipo de pirâmide, típica dos Países Desenvolvidos, revela:

  • Taxas bruta de natalidade e de fecundidade reduzidas (base estreita);
  • Predomínio de população idosa;
  • Taxa bruta de mortalidade reduzida, mas tende a aumentar (topo largo);
  • Esperança média de vida à nascença elevada;
  • Proporção de população jovem reduzida;
  • Taxa de crescimento natural reduzido (crescimento demográfico quase nulo ou mesmo negativo).

Estrutura etária de Macau 2022

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-420282188612.92.7
5-918724173722.72.5
10-1414417133542.11.9
15-1912712127081.81.8
20-2419479220932.83.2
25-2927313286823.94.1
30-3432351363864.75.2
35-3929613344324.35.0
40-4424209293943.54.2
45-4920324281702.94.1
50-5418934274892.74.0
55-5922826292593.34.2
60-6421067243703.03.5
65-6918110181512.62.6
70-7412118112671.71.6
75-79628058720.90.8
80-84404147550.60.7
85 +337563690.50.9
Total:32617536898446.953.1
População total:695159

Figura 10 d): Pirâmide etária de Macau (estrutura rejuvenescida), em 2022.


Este tipo de pirâmide, típica dos Países Desenvolvidos, onde foram tomadas medidas de incentivo ao aumento da natalidade, revela:

  • Recente aumento das Taxas bruta de natalidade e de fecundidade (ligeiro alargamento da base);
  • Predomínio de população adulta e idosa;
  • Taxa bruta de mortalidade reduzida (topo largo);
  • Esperança média de vida à nascença elevada;
  • Proporção de população jovem ainda reduzida, mas a aumentar;
  • Taxa de crescimento natural reduzida (crescimento demográfico ainda baixo).

Principais desafios de diferentes tipos de estruturas etárias:

Nos países menos desenvolvidos, com estrutura etária jovem, o desequilíbrio entre o rápido crescimento da população e a disponibilidade de recursos naturais e socioeconómicos, aliados à degradação do meio ambiente constituem o maior desafio para a sua população.

Desafios Demográficos:

– Elevado ritmo de Crescimento natural;

– Taxa de natalidade muito elevada;

– Elevado número de jovens;

– Pequena proporção de idosos.

Desafios Socioeconómicos:

– Dificuldade em assegurar por parte do Estado a construção e manutenção de creches, escolas, centros de formação ou hospitais;

– Deficiência dos serviços públicos como a saúde, a educação ou transportes;

– Carências alimentares que conduzem à subnutrição e fome;

– Falta de habitação com boas condições e surgimento dos bairros de lata (Figura 11);

– Desemprego jovem muito elevado;

– Elevada Taxa de analfabetismo, provocada pela falta de escolas/professores bem como o trabalho infantil (Figura 12);

– Baixos salários;

– Elevada criminalidade, devido à dificuldade em satisfazer as necessidades básicas.

Bairro degradado na cidade de Xiamen, China
i

Figura 11: Bairro degradado na cidade de Xiamen, China.

Escola no Maláui
i

Figura 12: Escola no Maláui.

Nos países mais desenvolvidos, com estrutura etária idosa, o envelhecimento demográfico e os impactes económicos inerentes são os desafios mais preocupantes. 

Desafios Demográficos:

– Incapacidade de assegurar a renovação de gerações;

– Taxa de mortalidade tende a aumentar;

– Elevado número de idosos;

– Pequena proporção de jovens.

Desafios Socioeconómicos:

– Elevada carga fiscal junto da população ativa e das empresas;

– Maiores encargos com a saúde e com os serviços de geriatria[Medicina] Especialidade médica que estuda e trata da saúde dos idosos. (Figura 13);

– Sobrecarga dos serviços de segurança social com as pensões, as reformas ou os lares de idosos;

– Redução do dinamismo económico (Figura 14);

– Redução da população ativa;

– Encerramento de escolas devido à falta de alunos;

– Envelhecimento da mão de obra.

Custos de saúde para uma população idosa
i

Figura 13: Os custos de saúde para uma população idosa são, por norma, mais elevados do que de uma população jovem adulta.

A redução do dinamismo económico e criação de riqueza
i

Figura 14: A redução do dinamismo económico e criação de riqueza é uma constante nas populações mais envelhecidas.

Políticas demográficas:

 

Atendendo às características da população, e para dar resposta aos desafios, os governos dos países podem adotar diferentes políticas demográficas. Nestas são aplicadas um conjunto de medidas que visam estimular ou inibir (aumentar ou diminuir) a natalidade para que se estabeleça um equilíbrio entre a população existente e os recursos disponíveis. Desta forma o governo dos PD e dos PED apresentam políticas natalistas ou antinatalistas, que podem ser aplicadas de forma pontual ou interligadas com outras políticas e ainda à escala nacional ou regional, consoante os seus interesses (Quadro 2).

Quadro 2: Políticas demográficas natalistas e antinatalistas.

Políticas NatalistasPolíticas Antinatalistas (persuasivas)Políticas Antinatalistas (repressivas)
Aumentar o abono de família em função do número de filhosAtribuir subsídios aos casais com menos filhosRecorrer à esterilização da mulheres
Aumentar o tempo de licença de maternidade e paternidadeAumentar a escolaridade da populaçãoRealizar abortos forçados e seletivos a raparigas
Conceder benefícios fiscais a famílias numerosasDivulgar e distribuir gratuitamente os diferentes métodos contracetivosDiminuir as regalias sociais, proporcionais ao número de filhos
Proporcionar assistência materna e infantil gratuitaValorizar socialmente a mulher através do acesso ao ensino e mercado de trabalhoAplicar medidas restritivas como a política do filho único na China
Incentivar a fixação de população jovem nacional ou estrangeiraRealizar campanhas que promovam poucos filhos para uma família felizDiminuir os salários dos casais com mais filhos
Atribuir subsídios de nascimento aos casaisIncentivar o planeamento familiarForçar a toma de contracetivos
Flexibilizar os horários de trabalhoApelar ao casamento tardioMotivar a perca de emprego
Construir uma rede de creches e infantários públicosLegalizar a interrupção voluntária da gravidez (aborto)Realizar infanticídios à nascença (sobretudo a raparigas)
Políticas Antinatalistas (persuasivas)
Atribuir subsídios aos casais com menos filhos
Aumentar a escolaridade da população
Divulgar e distribuir gratuitamente os diferentes métodos contracetivos
Valorizar socialmente a mulher através do acesso ao ensino e mercado de trabalho
Realizar campanhas que promovam poucos filhos para uma família feliz
Incentivar o planeamento familiar
Apelar ao casamento tardio
Legalizar a interrupção voluntária da gravidez (aborto)
Políticas Antinatalistas (repressivas)
Recorrer à esterilização da mulheres
Realizar abortos forçados e seletivos a raparigas
Diminuir as regalias sociais, proporcionais ao número de filhos
Aplicar medidas restritivas como a política do filho único na China
Diminuir os salários dos casais com mais filhos
Forçar a toma de contracetivos
Motivar a perca de emprego
Realizar infanticídios à nascença (sobretudo a raparigas)

Retrato síntese da evolução e estrutura etária da população portuguesa:

 
 

Nos últimos sessenta anos, Portugal tem vindo a sofrer alterações significativas relativamente aos indicadores demográficos que caraterizam a população portuguesa. Estas variáveis naturais acompanham as mudanças sociais, políticas e económicas que ocorreram no país desde a década de 1960.

A Taxa bruta de natalidade tem vindo a registar, desde essa década, uma tendência geral de decréscimo em virtude de fatores como o desenvolvimento e prática corrente do planeamento familiar, a generalização da utilização de métodos contraceptivos ou a melhoria do nível de vida da população.

Por outro lado, a Taxa bruta de mortalidade tem vindo a manter-se estável. Apesar de todos os progressos registados, por exemplo, na medicina, na alimentação, nas condições sanitárias, nas condições de habitabilidade ou na instrução da população, o envelhecimento progressivo da população portuguesa, explicado pela baixa natalidade e fecundidade e pelo aumento da esperança média de vida à nascença, não tem permitido uma redução da taxa de mortalidade (Figura 15).

População em Portugal 1960-2022

IndicadorTotais (2022)19601965197019751980198519901995200020052010201520202022
População residente104673668865313899859186632529307815981898010030621997044110043693103307741051198810572721103685541039429710467366
Homens5001811
Mulheres5465555
TBN24.123.420.819.816.213.011.710.711.710.49.68.28.18.0
TBM10.710.610.710.89.79.710.310.310.210.210.010.511.911.9

Figura 15: Evolução da população portuguesa, entre 1960 e 2022.

Outros fatores que têm contribuído para a baixa natalidade e consequentemente a progressiva redução de jovens e envelhecimento da população portuguesa são, por exemplo, o aumento da idade média do casamento e da idade média da mãe no nascimento do primeiro filho que passou de 23,6 anos em 1980 para 30,8 anos em 2022. Também o aumento das despesas com os filhos ajuda a explicar a reduzida natalidade que, desde 1982 não tem assegurado a renovação de gerações (Figura 16).

A Taxa de mortalidade infantil, desde 1960, registou um decréscimo muito significativo. Para tal, contribuíram fatores como a melhoria das condições sanitárias e de habitabilidade, a melhoria da alimentação das mães e das crianças, a melhoria da assistência médica materno-infantil, antes, durante e após o parto ou a crescente procura das mães por serviços associados à maternidade. A redução deste indicador contribui também para o aumento da esperança média de vida que aumentou de 67,1 anos em 1970 para 81,0 anos em 2020 (Figura 17).

Natalidade e Fecundidade em Portugal 1960-2022

IndicadorTotais (2022)19601965197019751980198519901995200020052010201520202022
Nascimentos83 671
Rapazes42925
Raparigas40746
Idade da mãe 1º filho25.025.024.424.023.623.824.725.626.527.828.930.230.730.8
ISF3.193.142.992.752.251.731.571.411.551.421.391.311.411.43

Figura 16: Evolução da natalidade e fecundidade em Portugal, entre 1960 e 2022.

Mortalidade e Esperança Média de Vida em Portugal 1960-2022

IndicadorTotais (2022)19601965197019751980198519901995200020052010201520202022
Mortes1243119479497085102768103475105364107464105954108539123396124311
Homens61696
Mulheres62615
EMV (total)63.667.168.471.172.974.175.476.478.279.680.781.0
EMV (Homens)60.764.064.767.869.470.671.872.974.876.577.778.0
EMV (Mulheres)66.470.372.174.876.477.579.079.981.382.483.483.5
TMI77.564.955.538.924.317.810.97.45.53.52.52.92.42.6

Figura 17: Evolução da mortalidade e esperança média de vida em Portugal, entre 1960 e 2022.

O agravamento do envelhecimento da população e a baixa natalidade contribuem para a existência de mais mortes do que nascimentos. Deste modo, a Taxa de crescimento natural tem sido negativa na maioria do território nacional sendo, contudo, mais evidente no interior do país onde o Índice de envelhecimento é mais evidente (Figura 18).

Figura 18: Distribuição da Taxa de crescimento natural em Portugal, em 2022.

A diminuição da população jovem e o aumento da população idosa traduzem claramente um duplo envelhecimento testemunhado pela alteração da estrutura etária portuguesa das últimas décadas onde é visível a transição de uma população jovem para uma população idosa (Figura 19).

Estrutura etária de Portugal 1960

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-44619614394495.24.9
5-94338994172464.94.7
10-144236144157864.84.7
15-193661033811224.14.3
20-243366723685323.84.1
25-293243643488303.63.9
30-343054273320253.43.7
35-392846603065243.23.4
40-442396972597142.72.9
45-492435512671732.73.0
50-542242272572022.52.9
55-591843942246322.12.5
60-641453621886571.62.1
65-691116721524781.31.7
70-74836601226380.91.4
75 +851531529681.01.7
Total:4254416463497647.952.1
População total:8889392

Estrutura etária de Portugal 1981

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-44047883869084.13.9
5-94397714225624.54.3
10-144351694194754.44.3
15-194336554260874.44.3
20-243858063825113.93.9
25-293371713427873.43.5
30-343076313222673.13.3
35-392689622964642.73.0
40-442732743008862.83.1
45-492780173088832.83.1
50-542683823020802.73.1
55-592491832825482.52.9
60-641991082331812.02.4
65-691820492262581.92.3
70-741391691931701.42.0
75 +1355802492321.42.5
Total:4737715509529948.251.8
População total:9833014

Estrutura etária de Portugal 2022

IdadeNº HomensNº Mulheres% Homens% Mulheres
0-42185272071852.12.0
5-92222782108892.12.0
10-142513392407932.42.3
15-192669632555952.62.4
20-242872402736472.72.6
25-292807212681292.72.6
30-342874932842682.72.7
35-393055033144182.93.0
40-443514853751323.43.6
45-493927374236513.84.0
50-543661894001573.53.8
55-593517003975803.43.8
60-643391433866823.23.7
65-693093733590653.03.4
70-742820503357662.73.2
75 - 792152632789862.12.7
80 - 841480072110121.42.0
85 +1258002426001.22.3
Total:5001811546555547.852.2
População total:10467366

Figura 19: Evoluçao da estrutura etária portuguesa entre 1960 e 2022.

 
 
 
 

Referências

Censos - 2021

Nos XVI Recenseamento geral da população e VI Recenseamento geral da habitação as respostas foram realizadas preferencialmente pela internet, permitindo uma abordagem fácil, segura e rápida para os cidadãos. No entanto, quando a resposta por essa via não foi possível, foram disponibilizados outros meios de resposta, nomeadamente os habituais boletins de papel, como se podem ver nos exemplos abaixo.

Censos - 2011

Os XV Recenseamento geral da população e V Recenseamento geral da habitação tiveram a particularidade de poderem ser respondidos pela primeira vez na internet em Portugal. No entanto, a maioria dos questionários foram realizados em boletins próprios de papel, como se podem ver nos exemplos abaixo.

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