Distribuição da população

Distribuição da população
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Contrastes na distribuição da população mundial

A Terra é habitada por mais de oito mil milhões de pessoas que se encontram distribuídas de forma irregular por toda a superfície terrestre e explicar os seus motivos nem sempre é fácil. Tanto os Países Desenvolvidos como os Países Em Desenvolvimento apresentam áreas mais ou menos povoadas, resultado de um conjunto de fatores humanos e naturais (ou físicos) que se combinaram ao longo da história da humanidade.

A Ásia é o continente que apresenta a maior concentração de população. Aí se encontram os maiores focos populacionais[Conceito] Áreas com elevada densidade populacional., que registaram forte crescimento nas últimas décadas.

No outro extremo, excluindo a Antártida, temos a Oceânia, que tem a menor concentração populacional. A existência de grandes desertos neste continente torna difícil a fixação humana. Estes constituem um exemplo de vazio humano[Conceito] Área com reduzida densidade populacional. do planeta (Figura 1).

Distribuição da população mundial por continentes, em percentagem
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Figura 1: Distribuição da população mundial por continentes, em percentagem.

Para analisar essa distribuição é necessário ter presente os conceitos de população absoluta[Conceito] Número exato de habitantes de um país/região. (número exato de habitantes de um país/região) e população relativa ou densidade populacional[Conceito] Número de habitantes por unidade de superfície, normalmente Km². Expressa-se em hab./Km². (número de habitantes por unidade de superfície, normalmente o Km²) em que o número de habitantes de um país/região é dividido pela sua área (Figura 2).

Esquema exemplificativo da densidade populacional
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Figura 2: Esquema exemplificativo da densidade populacional.

A densidade populacional pode ser representada, através de cores, num mapa. O padrão de cores varia muito mas, geralmente, as cores mais claras representam as menores densidades e as mais escuras as maiores densidades populacionais. Os mapas que representam a população relativa por países nem sempre se mostra a melhor opção porque num mesmo país podem existir diferentes realidades, ou seja, áreas densamente povoadas e áreas pouco povoadas, criando uma ideia errada da real distribuição populacional (Figura 3).

Figura 3: Distribuição mundial da Densidade populacional, em 2022.

Assim, ao analisarmos com pormenor a densidade populacional a nível mundial verificamos que existem diferenças muito acentuadas no que diz respeito à distribuição da população. Ao observarmos a figura seguinte pode constatar-se que existem áreas densamente povoadas e áreas onde a população é muito rara (Figura 4).

Densidade populacional no mundo
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Figura 4: Densidade populacional no mundo.

Os focos populacionais:

Os principais focos populacionais são: a Ásia Oriental; a Ásia Meridional; a Europa Ocidental e Central; e o nordeste dos Estados Unidos da América (EUA). Cada um destes focos apresenta características próprias que por razões variadas atraem a população:

Ásia Oriental e Ásia Meridional: regista a maior concentração humana pois é onde habita cerca de 50% da população mundial. Integra países como a China, o Japão, a Coreia do Sul e Taiwan, a oriente, e a Índia, o Bangladexe, o Paquistão o o Seri Lanca, a sul. Em algumas áreas, como o Bangladexe, a densidade populacional é superior a mil habitantes por quilómetro quadrado (1000 hab./Km²) (Figuras 5 e 6).

A população adensa-se sobretudo no litoral, nas ilhas e nas planícies aluviais dos grandes rios como o Huang-Ho (rio Amarelo), o Yangtzé (rio Azul), o Ganges ou o Indo.

Os principais fatores que explicam a elevada concentração populacional são:

– Clima tropical húmido com temperaturas elevadas e precipitações abundantes que favorecem a cultura do arroz (rizicultura), a base da alimentação na região;

– Elevada fertilidade dos solos e existência de planícies extensas;

– Elevadas Taxas de crescimento natural;

– Presença de antigas civilizações (como a civilização Hindu ou o Império Chinês);

– Existência de grandes cidades (Xangai, Beijing (Pequim), Tóquio, Mumbai (Bombaim) ou Calcutá);

– Subsolo rico em recursos minerais;

– Expansão da indústria e dos serviços motivados pelo desenvolvimento dos transportes.

Densidade populacional na Ásia
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Figura 5: Densidade populacional na Ásia.

Cidade de Xangai, China
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Figura 6: Cidade de Xangai, China com vista para o rio Yangtzé.

Europa Ocidental e Central: nesta área concentra-se cerca de 7% da população mundial. As maiores densidades populacionais coincidem com os espaços urbanos e industriais da França, da Alemanha, da Bélgica, dos Países Baixos, do Reino Unido, da Itália, do Luxemburgo, da Chéquia e da Áustria (Figuras 7 e 8).

As áreas de planície associadas a grandes rios navegáveis da Europa, como os rios Reno, Danúbio ou Tamisa, são exemplos de regiões com elevada densidade populacional.

Os principais fatores que explicam a elevada concentração populacional são:

– Predomínio de climas temperados (marítimo e continental) com temperaturas amenas e chuva abundante ao longo do ano;

– Relevo pouco acidentado e com altitudes acima no nível médio das águas do mar baixas;

– Solos férteis e planícies aluviais e litorais extensas, favoráveis à agricultura;

– Rede hidrográfica densa, que permite a navegação fluvial;

– Berço da Revolução Agrícola[História] Movimento de renovação da agricultura, verificado em Inglaterra do século XVIII, que resulta na transformação da propriedade rural inglesa, de campos abertos (openfield) para campos fechados (enclosures), na introdução ou apuramento de novas espécies vegetais e animais e na aplicação de novas técnicas de produção agrícola como o sistema quadrienal de rotação de culturas. e da Revolução Industrial[História] Conjunto de transformações profundas ocorridas na indústria inglesa, iniciadas no século XVIII, e que, progressivamente, se espalharam por outros países da Europa, da América do Norte e da Ásia.;

– Elevada acessibilidade, proporcionada por uma extensa rede de transportes e vias de comunicação (aquática, aérea ou terrestre) e por boas infraestruturas de apoio (portos marítimos, aeroportos ou plataformas multimodais);

– Elevado dinamismo económico (industrialização e terciarização);

– Elevada imigração, resultante da elevada oferta de emprego na indústria e serviços.

Densidade populacional na Europa
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Figura 7: Densidade populacional na Europa.

Cidade de Bruxelas, Bélgica
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Figura 8: Cidade de Bruxelas, Bélgica.

Nordeste dos Estados Unidos da América (EUA): a região litoral entre o oceano Atlântico e a região dos Grandes Lagos concentra cerca de 3% da população mundial. Aqui encontram-se grandes aglomerações urbanas como Nova Iorque, Boston, Filadélfia ou Washington (Figuras 9 e 10).

Os principais fatores que explicam a elevada concentração populacional são:

– Predomínio de climas temperados (marítimo e continental) com temperaturas amenas e chuva abundante ao longo do ano;

– Relevo pouco acidentado e com altitudes acima no nível médio das águas do mar baixas;

– Solos férteis e planícies aluviais e litorais extensas, que favorecem a agricultura moderna (que utiliza grandes máquinas agrícolas);

– Rede hidrográfica densa, que permite a navegação fluvial;

– Recursos minerais e energéticos abundantes;

– Elevada acessibilidade, proporcionada por uma extensa rede de transportes e vias de comunicação (aquática, aérea ou terrestre) e por boas infraestruturas de apoio (portos marítimos, aeroportos ou plataformas multimodais);

– Elevado dinamismo económico (industrialização e terciarização), associado ao facto de ter sido a primeira região a ser colonizada;

– Elevada imigração, resultante da elevada oferta de emprego na indústria e serviços.

Densidade populacional na América do Norte
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Figura 9: Densidade populacional na América do Norte.

Cidade de Nova Iorque, EUA
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Figura 10: Cidade de Nova Iorque, EUA.

Encontramos ainda outros focos populacionais importantes, mas de menor dimensão: o sudeste asiático (sobretudo os arquipélagos da Indonésia e das Filipinas); o vale do rio Nilo e Médio Oriente; o Golfo da Guiné; o oeste dos EUA (sobretudo a cidade de Los Angeles); o nordeste e sudeste do Brasil (população concentrada sobretudo nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro); e a América Central (a concentração máxima encontra-se na Cidade do México com cerca de vinte milhões de habitantes).

Os vazios humanos:

Ao contrário das áreas atrativas[Conceito] Áreas que, devido à conjugação de fatores físicos (naturais) e humanos, são favoráveis à fixação da população e ao desenvolvimento de atividades económicas. anteriormente descritas, existem áreas repulsivas[Conceito] Áreas que, devido à conjugação de fatores físicos (naturais) e humanos hostis, tornam muito difícil ou mesmo impossível a sobrevivência do ser humano e dificultam o desenvolvimento de atividades económicas. que são fracamente povoadas, em consequência da conjugação de fatores naturais e humanos repulsivos ao ser humano. Estas áreas são denominadas de grandes vazios humanos e as principais são (Figura 11):

Regiões polares e subpolares: são conhecidas como desertos frios e localizam-se a latitudes elevadas. Destacam-se, no Hemisfério Norte, as regiões mais a norte da América (o Alasca 🅐, o Canadá 🅑 e a Gronelândia 🅒), da Europa (a Península da Escandinávia 🅓 e as ilhas do Oceano Glacial Ártico) e da Ásia (a Sibéria no norte da Rússia 🅔). No Hemisfério sul, destaca-se a Antártida 🅕.

Desertos quentes: nas áreas mais quentes do planeta existem condições climáticas que dificultam a fixação humana. Deste modo, quando existem, as populações concentram-se, sobretudo, junto do litoral (onde as temperaturas são mais amenas), junto das margens dos rios ou nos oásis. Neste vazio humano, no Hemisfério Norte, destacam-se na América do Norte os desertos do Mojave e Sonora 🅐, em África o deserto do Sara 🅑 e na Ásia os desertos Arábico 🅒, Lut 🅓, Thar 🅔, Takla Makan 🅕 ou de Gobi 🅖. No Hemisfério Sul, destacam-se na América do Sul o deserto do Atacama 🅗 e da Patagónia 🅘, em África os desertos da Namíbia e do Calaári 🅙, ou na Oceânia o Grande Deserto de Areia Australiano 🅚 e os deserto de Gibson e de Vitória 🅛.

Florestas equatoriais: as áreas com densas florestas equatoriais desenvolvem-se nas menores latitudes. Nestes lugares a temperatura e a precipitação são elevadas. Destacam-se as florestas Amazónica 🅐 (na América do Sul), do Congo 🅑 (em África) e do Bornéu 🅒 e da Nova Guiné 🅓 (no sudeste asiático).
Grandes cordilheiras montanhosas: nas áreas de elevada altitude e/ou relevo acidentado, o ser humano também encontra condições naturais que dificultam a sua fixação. Destacam-se na América as Montanhas Rochosas 🅐 e a Cordilheira dos Andes 🅑; na Europa os Pirenéus 🅒, os Alpes 🅓, os Montes Escandinavos 🅔, o Cáucaso 🅕 e os Montes Urais 🅖; na Ásia os Himalaias 🅗; em África os Montes Atlas 🅘 e o Quilimanjaro 🅙; e na Oceânia a Grande Cordilheira Divisória 🅚.
Os grandes vazios humanos no mundo
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Figura 11: Os grandes vazios humanos no mundo.

Fatores naturais que interferem na fixação humana:

Clima: é, de todos os fatores físicos, aquele que mais influencia a distribuição da população. O frio excessivo das latitudes polares e subpolares, associado a invernos prolongados e à fraca luminosidade, faz com que estas regiões sejam pouco procuradas pelo ser humano. As baixas temperaturas e o facto de o solo estar, permanentemente, coberto de gelo (permafrost[Geologia] Corresponde a um solo constituído por terra, gelo e rochas que permanecem permanentemente congelados durante dois anos ou mais.) dificulta ou não permite a atividade agrícola e industrial.

Por outro lado, as áreas próximas das latitudes mais reduzidas, onde predominam os climas quentes e húmidos, também não são muito atrativas pois reúnem as condições ideais para o desenvolvimento de florestas muito densas que dificultam a permanência do ser humano (Figura 12). Além disso os climas quentes e húmidos permitem o desenvolvimento de insetos e de microrganismos causadores de doenças como a malária, a dengue ou a febre amarela.

As regiões muito quentes e áridas são, também, pouco atrativas pois a falta de água dificulta ou impossibilita a sobrevivência do ser humano e a prática de atividades agrícolas e industriais (Figura 13).

Floresta Amazónica, Brasil
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Figura 12: Floresta Amazónica, Brasil.

Deserto do Sara, Marrocos
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Figura 13: Deserto do Sara, Marrocos.

As zonas temperadas do norte e do sul são, por isso, as áreas mais atrativas pois predominam temperaturas e precipitação moderadas.
Natureza dos solos: a qualidade dos solos é outro fator que influencia a distribuição da população. Os locais onde predominam solos pouco férteis são locais que repulsam a população pois não permitem ou dificultam as atividades agrícolas. Os solos com poucos recursos minerais e/ou energéticos também, regra geral, não atraem a população.
As zonas planas de baixa altitude junto ao litoral são, por norma, as mais férteis e, por isso, regiões muito atrativas para o ser humano praticar a agricultura. A riqueza do subsolo também atrai população para áreas anteriormente despovoadas.

Relevo: as regiões montanhosas são, geralmente regiões com baixa densidade populacional, uma vez que o aumento da altitude afeta o organismo humano. A diminuição da pressão atmosférica (Figura 14), do oxigénio e da temperatura (Gradiente Térmico Vertical[Climatologia] Corresponde à variação da temperatura com a altitude. Por norma, a temperatura diminui à medida que a altitude aumenta e vice-versa. Em média a temperatura diminui aproximadamente 6,5ºC por cada 1000m.) (Figura 15), tornam mais difícil a respiração, impossibilitam a maior parte das atividades humanas e reduzem o tempo de cultivo. Também o declive acentuado dificulta a instalação do ser humano.

Variação da pressão atmosférica com a altitude
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Figura 14: Variação da pressão atmosférica com a altitude.

Variação da temperatura do ar com a altitude
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Figura 15: Variação da temperatura e da densidade do ar com a altitude.

As planícies são os locais mais atrativos pois facilitam a prática agrícola e permitem mais facilmente a construção de edifícios e vias de comunicação.

Disponibilidade hídrica: os rios são determinantes na fixação humana. Assim, os locais que dispõem de grandes planícies aluviais[Geologia] Áreas planas, de baixa altitude, onde se acumula qualquer matéria (terras, areias, lodos) por ação das correntes de um rio que são, geralmente, muito férteis para a prática agrícola., formadas pela existência de grandes rios que proporcionam solos férteis para a prática agrícola, são, regra geral, locais muito atrativos (Figura 16). Por outro lado, os rios navegáveis são, também muito importantes na dinamização do comércio e indústria por constituirem uma importante via de comunicação, pelo que a sua ausência dificulta o desenvolvimento das regiões.

Imagem de satélite do delta do Rio Nilo, Egito
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Figura 16: Imagem de satélite do delta do Rio Nilo, Egito.

Fatores humanos que interferem na fixação humana:

Passado histórico: diferentes acontecimentos históricos favoreceram o surgimento de concentrações populacionais. O aparecimento da agricultura e a domesticação dos animais, levaram ao sedentarismo das populações e à criação das primeiras cidades. A presença de civilizações antigas na Ásia Oriental e Meridional (Vale do Indo e Vales dos rios Huang-Ho e Yangtzé), na Europa (Grécia Antiga e Roma Antiga), na América Central (Astecas, Incas e Maias), no Médio Oriente (Mesopotâmia e Persia) ou junto ao Rio Nilo (Antigo Egito), ajudam a explicar as elevadas concentrações populacionais que ainda hoje existem.

Outros acontecimentos como os Descobrimentos, a colonização europeia, a escravatura ou a Revolução Industrial promoveram deslocação e fixação da população, contribuindo para o desenvolvimento de focos populacionais e o aparecimento de cidades de grande dimensão.

Vias de comunicação: o ser humano sempre procurou lugares de grande acessibilidade pois esta promove o dinamismo das atividades económicas como o comércio, a indústria e os serviços. A proximidade do litoral, de rios navegáveis, de vias férreas ou de grandes estradas facilita a deslocação de pessoas e/ou produtos. Este fator é transversal a todos os grandes focos populacionais.

Atividades económicas: o desenvolvimento económico, desencadeado pela Revolução Industrial, na Europa Ocidental e Central, contribuiu para o crescimento deste foco populacional. A população abandonou o espaço agrícola e concentrou-se junto das cidades/regiões industriais à procura de trabalho e melhores condições de vida. O nível de vida desta região bem como do nordeste dos EUA continua a ser um fator atrativo para a população.

 
 

Mobilidade da população: os movimentos migratórios são importantes para explicar as grandes concentrações populacionais da atualidade uma vez que as pessoas migram à procura de melhores condições de vida. Esta situação explica os grandes fluxos do século XV ao século XVIII a partir da Europa (Figura 17), e que estiveram na base do povoamento da América e África, ao qual se juntou o transporte de escravos (Figura 18), principalmente, de África para a América. Atualmente, a tendência é para que as populações emigrem dos países menos desenvolvidos para os países mais desenvolvidos e/ou ricos.

Partida da viagem inaugural do navio RMS Titanic
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Figura 17: Partida da viagem inaugural do navio RMS Titanic, 10 de abril de 1912 - Southampton, Reino Unido.

Captura de escravos na região de Ruvuma
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Figura 18: Captura de escravos na região de Ruvuma, Tanzânia. Esboço de Livingstone, feito em 19 de junho de 1866.

Retrato síntese da distribuição da população portuguesa:

 

Apesar da reduzida dimensão do território de Portugal (quando comparada com a dimensão de outros países), a distribuição da população apresenta grandes assimetrias, ou seja diferenças, regionais.

A densidade populacional de Portugal é de cerca de 112 hab./km2. Todavia, ao longo da faixa litoral, principalmente entre Viana do Castelo e Setúbal e da faixa litoral meridional (Algarve), a concentração atinge valores superiores à média nacional. Destaca-se a elevada densidade populacional das áreas urbanas de Lisboa e Porto com densidade populacional superior a 1000 hab./km2. No interior das regiões Norte e Centro do país e no Alentejo, a maior parte dos concelhos não ultrapassa os 50 hab./km2, apresentando-se como áreas pouco atrativas para a população (Figura 19).

Figura 19: Distribuição da densidade populacional em Portugal por municípios, em 2021.

A distribuição da população é, assim, caracterizada por dois fenómenos contrastantes: por um lado a forte concentração de população no litoral (litoralização[Conceito] Processo de concentração progressiva de pessoas e de atividades económicas junto à faixa litoral portuguesa sensivelmente entre Lisboa e Porto.), com especial incidência nas maiores cidades do país, Lisboa e Porto (bipolarização[Conceito] Processo de concentração progressiva de pessoas e de atividades económicas junto das Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto.), e, por outro lado, o despovoamento do interior. No Arquipélago dos Açores as ilhas de São Miguel e da Terceira são as que apresentam os concelhos mais densamente povoados, enquanto que, no Arquipélago da Madeira a vertente sul apresenta uma maior densidade populacional (especialmente concelho do Funchal) face aos concelhos da vertente norte.

As assimetrias regionais de Portugal resultam de fatores atrativos (Quadro 1) e repulsivos (Quadro 2), geralmente semelhantes aos que influenciam a distribuição da população a nível mundial.

Quadro 1: Fatores atrativos do litoral.

NaturaisHumanos
Proximidade do Oceano Atlântico que torna o clima mais ameno e húmidoGrandes cidades e áreas urbanas onde existem mais habitações e serviços
Relevo mais plano que facilita as atividades humanasExistência de atividades económicas que geram emprego e melhoram a qualidade de vida
Solos férteis, que permitem a atividade agrícolaMaior oferta de redes e infraestruturas de transportes
Extensa linha de costa que permite a atividade piscatória e funciona ainda como via de comunicaçãoCondições favoráveis à prática de agricultura moderna (mecanizada)
Humanos
Grandes cidades e áreas urbanas onde existem mais habitações e serviços
Existência de atividades económicas que geram emprego e melhoram a qualidade de vida
Maior oferta de redes e infraestruturas de transportes
Condições favoráveis à prática de agricultura moderna (mecanizada)

Quadro 2: Fatores repulsivos do interior.

NaturaisHumanos
Temperaturas elevadas no verão e baixas no invernoSolos pouco férteis, sobretudo nas áreas montanhosas
Relevo mais acidentado (especialmente no interior norte e centro)Solos pouco férteis, sobretudo nas áreas montanhosas
Solos pouco férteis, sobretudo nas áreas montanhosasMenor densidade de redes de transportes
Humanos
Solos pouco férteis, sobretudo nas áreas montanhosas
Solos pouco férteis, sobretudo nas áreas montanhosas
Menor densidade de redes de transportes
 
 

Referências

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