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- Última atualização: 1 de Novembro, 2024
A localização dos diferentes elementos da superfície terrestre
Localizar faz parte integrante das nossas ações diárias. Desde coisas tão simples como saber onde está guardado um livro, ou até situações mais complicadas como determinar a nossa posição exata no meio de um deserto, quase sem referências visuais. A observação do trajeto diário do sol foi sempre uma forma do Homem se orientar relativamente ao meio que o envolvia. Também a observação das estrelas contribuiu para a navegação em alto-mar dos diversos povos como o polinésio que atravessou grande parte do Pacífico. Mais tarde, a invenção da bússola veio permitir encontrar os pontos cardeias mais facilmente, melhorando assim a navegação. Mas foi com o advento da Cartografia que se desenvolveu um sistema que permitia saber a localização de um lugar ou navio de forma mais precisa. O sistema de coordenadas geográficas, baseado na latitude e na longitude, estende uma quadrícula sobre os mapas da Terra, permitindo a navios ou aviões conhecerem a sua localização e chegar aos seus destinos.
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Figura 1: Rosa dos ventos.
1º – Traçar uma linha imaginária (na figura 2 corresponde ao tracejado vermelho) entre os dois pontos a localizar. Quando se trata de localizar áreas extensas devemos ter em consideração sensivelmente o centro dessa área;
2º – Colocar a Rosa dos Ventos (que deve estar de acordo com o norte do mapa) sobre a linha imaginária aproximadamente ao meio entre os dois lugares;
3º – Localizar, através do ponto que lhe é mais próximo (cardeal, colateral, intermédio) um determinado lugar em relação a outro.
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Figura 2: Localização relativa da Península Ibérica face à Islândia.
Assim, na figura 2, verificamos que a Península Ibérica localiza-se, aproximadamente, a Su-sudeste da Islândia. Todavia, a localização relativa não é precisa nem exata pois altera-se em função da posição do observador. Desta forma, podemos afirmar que a Islândia encontra-se, aproximadamente, a Nor-noroeste da Península Ibérica.
Nascer do sol: – O sol indica o ponto cardeal este, tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul. Este ponto cardeal pode ainda ser designado de oriente, nascente, levante ou nascente;
Meio dia solar – O sol indica o ponto cardeal sul, apenas no Hemisfério Norte. Este ponto cardeal pode ainda ser designado de meridião ou austral.
No Hemisfério Sul, o sol indica o ponto cardeal norte. Este ponto cardeal pode ainda ser designado de setentrião ou boreal;
Pôr do sol – O sol indica o ponto cardeal oeste, tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul. Este ponto cardeal pode ainda ser designado de ocidente, poente ou ocaso.
No exemplo seguinte, podemos verificar um exercício de orientação, no Hemisfério Norte, a partir da posição do sol ao meio dia. Assim, no fim de nos posicionarmos de frente para o sol, sabendo que a essa hora o sol indica o ponto cardeal sul, a nossa sombra indica-nos o ponto cardeal norte, logo à nossa esquerda estará o ponto cardeal este ou oriente e à nossa direita o ponto cardeal oeste ou oriente (Figura 3).
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Figura 3: Orientação pelo Sol no Hemisfério Norte e pontos cardeais correspondentes.
Este processo não é exato nem rigoroso e não pode ser utilizado durante a noite ou com o céu encoberto.
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Figura 4: Orientação pela Estrela Polar no Hemisfério Norte.
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Figura 5: Orientação pelo Cruzeiro do Sul no Hemisfério Sul.
Para se localizar a Estrela Polar podemos recorrer à constelação Ursa Menor. Esta encontra-se na ponta da sua cauda. Todavia, é mais fácil encontrar na esfera celeste a constelação Ursa Maior e, a partir desta, localizar então a Estrela Polar (Figura 6):
1º – No Hemisfério Norte encontrar a constelação Ursa Maior. Esta constelação é muito fácil de encontrar devido ao brilho e disposição das suas sete estrelas principais;
2º – Traçar uma linha imaginária que passe pelas estrelas opostas à ponta da sua cauda (as estrelas Merak e Dubhe, conhecidas como “Guardas”);
3º – A distância entre essas duas estrelas deve ser prolongada cinco vezes (na figura 6 corresponde ao tracejado vermelho). Aí se encontrará, na cauda da constelação Ursa Menor, a Estrela Polar que nos indicará o rumo norte.
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Figura 6: Identificação da Estrela Polar com recurso à Ursa Maior.
Porque se utiliza a Estrela Polar como referência na orientação?
A Estrela Polar serve de referência para a direção norte porque, apesar do movimento de rotação da Terra, esta parece ficar sempre imóvel. Como a Estrela Polar se encontra no alinhamento do eixo terrestre (Figura 7) não é visível o seu movimento aparente. Na realidade, ao longo da noite, parece-nos que as restantes estrelas rodam em seu torno (Figura 8).
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Ⓒ Escola VirtualFigura 7: Alinhamento da Estrela Polar com o eixo terrestre.
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Ⓒ Escola VirtualFigura 8: Sequência de fotografias do céu, ao longo da noite, no Hemisfério Norte.
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Figura 9: Bússola.
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Figura 10: Círculos terrestres.
Quais são os elementos geométricos da esfera terrestre?
A localização absoluta permite encontrar a posição exata de um lugar. Para tal utiliza um conjunto de elementos geométricos: eixo da Terra[Conceito] Linha imaginária que passa pelos polos e pelo centro da Terra, em torno da qual o planeta efetua o movimento de rotação., polos[Conceito] Pontos de interseção do eixo da Terra com a superfície da Terra., círculos máximos[Conceito] Círculos que dividem a Terra em duas partes iguais designadas hemisférios. Existem dois de referência: o Equador (divide a Terra no Hemisférios Norte e Sul) e o Meridiano de Greenwich (divide a Terra em Hemisfério Ocidental e Oriental); e ainda o conjunto de todos os restantes meridianos. e círculos menores[Conceito] Círculos que dividem a Terra em duas partes diferentes, como os paralelos, com exceção do Equador. (Figura 11):
Eixo da Terra: Linha imaginária que passa pelos polos e pelo centro da Terra, em torno da qual o planeta efetua o movimento de rotação.
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Ⓒ Escola VirtualFigura 11-A: Eixo da Terra.
Equador: É um círculo máximo perpendicular ao Eixo da Terra, que divide o planeta em Hemisfério Norte e Hemisfério Sul.
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Ⓒ Escola VirtualFigura 11-B: Equador.
Meridianos: São semicírculos que passam pelos polos. Dois meridianos opostos formam um círculo máximo que divide a Terra em duas partes iguais. Existe uma infinidade de meridianos, sendo o Meridiano de Greenwich (assinalado a vermelho) o de referência para medir a longitude, pois separa o Hemisfério Ocidental do Hemisfério Oriental.
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Ⓒ Escola VirtualFigura 11-C: Meridianos.
Paralelos: São círculos menores perpendiculares ao Eixo da Terra e paralelos ao Equador que dividem a Terra em duas partes desiguais. Os mais importantes são o Círculo Polar Ártico (Lat. 66º 33' N), o Trópico de Câncer (Lat. 23º 27' N), o Trópico de Capricórnio (Lat. 23º 27' S) e o Círculo Polar Antártico (Lat. 66º 33' S), por delimitarem as Zonas Climáticas da Terra.
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Ⓒ Escola VirtualFigura 11-D: Paralelos.
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Figura 12: Exemplo de rede cartográfica.
A distância angular (medida em graus) compreendida entre o Equador e os paralelos de lugar é designada por latitude. Assim, a latitude corresponde ao afastamento que um determinado círculo menor se encontra do Equador. Podem ser traçados quantos círculos forem necessários para localizar lugares da Terra, contudo, os principais são:
O Trópico de Câncer – corresponde à latitude 23º 27’ Norte;
O Círculo Polar Ártico – corresponde à latitude 66º 33’ Norte;
O Trópico de Capricórnio – corresponde à latitude 23º 27’ Sul;
O Círculo Polar Antártico – corresponde à latitude 66º 33’ Sul.
Estes círculos fazem a divisão das cinco grandes zonas climáticas da Terra.
A latitude mede-se a partir da linha do Equador (que corresponde à latitude 0º) até 90º para Norte ou até 90º para Sul (que correspondem ao Polo Norte e ao Polo Sul respetivamente). Na Figura 13 podemos verificar que o lugar “A” se encontra na latitude 40º Norte (ou seja, o afastamento entre o Equador e o paralelo de lugar onde se encontra o ponto “A” é de 40º para Norte. Esta distância está representada pelo arco sublinhado a laranja).
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Figura 13: Determinação da latitude.
Na figura seguinte podemos ver, num plano, alguns círculos paralelos ao Equador, correspondentes às linhas de latitude, onde estão representados alguns lugares (Figura 14):
– A: Latitude 50º Norte;
– B: Latitude 30º Sul;
– C: Latitude 30º Norte;
– D: Latitude 10º Sul;
– E: Latitude 70º Norte;
– F: Latitude 30º Sul;
– G: Latitude 60º Norte.
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Figura 14: Latitude de alguns lugares na superfície terrestre.
Todos os lugares que estejam sobre o mesmo paralelo de lugar (exemplo dos pontos “B” e “F”) têm a mesma latitude.
A distância angular (medida em graus) compreendida entre o Meridiano de Greenwich e os meridianos de lugar é designada por longitude. Assim, a longitude corresponde ao afastamento que um determinado meridiano se encontra do Meridiano de Greenwich. Podem ser traçados quantos meridianos forem necessários para localizar lugares da Terra, contudo são de elevada importância os seguintes:
O Meridiano de Greenwich – corresponde à longitude 0º;
O Meridiano oposto ao de Greenwich – corresponde à longitude 180º.
Estes meridianos correspondem ao círculo máximo que divide a Terra em dois hemisférios: o Hemisfério Ocidental e o Hemisfério Oriental.
A longitude mede-se a partir da linha do Meridiano de Greenwich (que corresponde à longitude 0º) até 180º para Este ou até 180º para Oeste (que corresponde, em ambos os casos, ao Meridiano oposto ao de Greenwich). Na Figura 15 podemos verificar que o lugar “B” se encontra na longitude 40º Este (ou seja, o afastamento entre o Meridiano de Greenwich e o meridiano de lugar onde se encontra o ponto “B” é de 40º para Este. Esta distância está representada pelo arco sublinhado a laranja).
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Figura 15: Determinação da longitude.
Na figura seguinte podemos ver, num plano, alguns meridianos, correspondentes às linhas de longitude, onde estão representados alguns lugares (Figura 16):
– A: Longitude 15º Este;
– B: Longitude 135º Este;
– C: Longitude 90º Este;
– D: Longitude 60º Oeste;
– E: Longitude 45º Oeste;
– F: Longitude 30º Este;
– G: Longitude 135º Este.
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Figura 16: Longitude de alguns lugares na superfície terrestre.
A latitude e longitude, de forma isolada, não nos permitem localizar de forma absoluta. Contudo, com a combinação de ambas torna-se fácil localizar de forma exata qualquer lugar da superfície terrestre. Esta localização pode ainda ser mais precisa se completada com a altitude. Deve ser feita primeiro referência à latitude e só posteriormente à longitude. A partir da Figura 17 podemos fazer a localização de alguns lugares através dos pontos vermelhos que indicam a localização de meios de transporte. Assim:
A bicicleta – localiza-se na latitude 20º Sul (ou seja, para sul do Equador) e na longitude 60º Oeste (ou seja, para Oeste do Meridiano de Greenwich). Pode ser representado também da seguinte forma: lat. 20ºS; long. 60ºO;
O carro – localiza-se na latitude 40º Norte e na longitude 100º Oeste (lat. 40ºN; long. 100ºO);
O barco – localiza-se: lat. 20ºS; long. 80ºE;
O camião – localiza-se: lat. 20ºN; long. 100ºE;
O avião – localiza-se: lat. 0º; long. 120ºO;
O comboio – localiza-se: lat. 60ºN; long. 80ºE.
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Figura 17: Localização absoluta de alguns lugares na superfície terrestre.
Na prática, localizar lugares com precisão na superfície terrestre necessita, ainda, de um outro elemento: a altitude. A altitude é a distância, medida na vertical, entre o nível médio das águas do mar, que correspondente a 0 metros de altitude, e um determinado lugar. A altitude pode ser positiva (elevações), negativa (depressões ou profundidades) ou nula, ou seja quando um lugar se encontra à mesma altitude que o nível médio das águas do mar. O pontos assinalados na Figura 18 encontram-se a:
– Ponto A: sensivelmente a –200 metros de altitude (altitude negativa/profundidade);
– Ponto B: sensivelmente a 0 metros (altitude nula);
– Ponto C: sensivelmente a 400 metros de altitude (altitude positiva);
– Ponto D: sensivelmente a –300 metros de altitude (altitude negativa/depressão);
– Ponto E: sensivelmente a 80 metros de altitude (altitude positiva).
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Figura 18: Altitude.
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Referências
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Bastos, L., & Matos, J. (2004). Cartografia e Geodesia - Actas da III Conferência Nacional de Cartografia e Geodesia. Lidel.
Bowie, W. (2018). Determination of time, longitude, latitude, and azimuth. Forgotten Books.
Fonseca, F., & Oliva, J. (2013). Cartografia. Editora Melhoramentos.
Sickle, J. (2017). Basic GIS coordinates (3rd ed.). CRC Press.